16 de fevereiro de 2017

Perme Intensive Care Unit Mobility Score - Perme Escore: agora podemos usá-la na nossa prática!!

Saudações colegas.

Recentemente foi publicada a tradução e adaptação cultural para a língua portuguesa falada no Brasil da Perme Intensive Care Unit Mobility Score, ou  Perme Escore no Jornal Brasileiro de Pneumologia (Link para o artigo em português completo).

Em estudos anteriores, foram identificados cerca de 26 instrumentos de avaliação funcional de pacientes críticos, sendo que a maioria desses instrumentos não foram criados e nem possuem especificidade para fazer a avaliação do status funcional de pacientes internados em UTI e já discutimos isso no post Mobilização Precoce não melhora Status Funcional.... Já existem pelo menos seis escalas funcionais específicas para este perfil de paciente, sendo o Perme Score uma delas.

A Perme Score possui 15 itens divididos em 7 categorias: Estado mental, Potenciais barreiras a mobilidade, Força funcional, Mobilidade no leito, Transferências, Dispositivos de auxílio para deambulação e Medidas de resistência. Ela possui um escore de 0 a 32 pontos, quanto maior a pontuação, maior o status funcional. (Quadro 2 - abaixo).





Mas o que torna a Perme Score diferente desses outros cinco instrumentos? Na minha opinião a categoria Potenciais Barreiras a Mobilidade é o grande diferencial, já que se você, através da escala, identifica a Potencial Barreira, pode-se tentar minimizar ou até mesmo eliminar.

Mas devemos optar por usá-la na prática clínica?

O estudo Perme Intensive Care Unit Mobility Score e ICU Mobility Scale: tradução e adaptação cultural para a língua portuguesa falada no Brasil, avaliou 103 pacientes críticos, onde 36% dos pacientes estava em VM e 51% faziam uso de drogas vasoativas. A avaliação foi feita por dois Fisioterapeutas, um possuía mais de 5 anos de experiência e o outro menos de 5 anos de experiência. Esse fato é importante pois pode indicar que um simples treinamento da escala, já é suficiente para que haja concordância com o resultado do escore. 

O resultado foi que a Perme Score apresentou excelente concordância interobservador (κ > 0,90) e confiabilidade (α > 0,90) em todos os domínios, bem como um baixo viés interobservador  (−0,06 ± 0,73). Além disso foi encontrado um Efeito Piso de 20% e um Efeito Teto de 6%. Esse medida consiste na frequência de pacientes que atingem a pontuação mínima ou máxima. Para um Efeito Piso ou Teto ótimo, ele não deve ser maior que 15% (o encontrado foi de 20%), mas temos que ter noção que alguns pacientes podem estar sedados ou inaptos a responder de forma satisfatória.

Esquema de preenchimento da Perme Score


Uma coisa que temos que analisar é que a população utilizada no estudo foi mista, o que é esperado de um estudo de tradução e adaptação. Agora nos resta saber como a Perme Score se comporta com perfis específicos de pacientes.

Agora é só usar e avaliar a funcionalidade dos nossos pacientes.

Até a próxima!!!

Caio Veloso da Costa
Fisioterapeuta do Hospital Sancta Maggiore - Prevent Senior
Especialista em Fisioterapia Intensiva - Adulto pela ASSOBRAFIR/COFFITO
Especialização latu sensu em Saúde do Adulto e do Idoso com área de concentração em Urgência e Emergência pela Residência Multiprofissional em Atenção Hospitalar da UNIFESP
LinkedIn: Caio Veloso da Costa





Referência:
1- Kawaguchi1 YMF, Nawa2 RK, 3 , Figueiredo4 TB, Martins5 L, Pires-Neto1 RC, et al. Perme Intensive Care Unit Mobility Score e ICU Mobility Scale: tradução e adaptação cultural para a língua portuguesa falada no Brasil. J Bras Pneumol. 2016;42(6):429-431 (Texto completo aqui)


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